Tinha chegado o dia da partida – era 8 de dezembro e eu estava nervosa, ansiosa, avoada, sem cair a ficha ainda. Meu voo sairia às 17h55 de Guarulhos direto pra Johannesburgo, onde chegaria às 7h40 do dia seguinte.
Portão de embarque, aquele chororô – me despedir dos meus pais, das minhas amigas e do meu amor foi dolorido. Eu sentia que um capítulo da minha vida tinha chegado ao fim e que outro ia começar. Na verdade, eu não sabia o que sentir. Por um lado, a sensação de ter me dado uma chance nova, um recomeço, uma página em branco pra escrever minha história do jeito que eu quisesse – um baita privilégio que poucas pessoas têm. Por outro, a dificuldade de deixar uma vida e a zona de conforto pra trás. Os medos e inseguranças (LINK). O salto no escuro.
Bom, era isso. Faltavam poucos minutos pra entrar no avião e já estava com passaporte e carteira internacional da vacina amarela em mãos. A fila do embarque começou, chegou minha vez, a moça da Latam soltou:
– em qual página do passaporte está seu certificado da vacina da febre amarela?
Uai, tá logo aí, não? Não. A maldita tinha sumido. Revirei tudo, nem sinal. Aí, percebi que porque estava solta dentro do passaporte, deve ter caído sem eu notar. Comecei a entrar em pânico porque, no caso de alguns países, sem o documento você nem sobe no avião – e era o caso da África do Sul. Eles pedem logo no check-in porque, se você chega no país sem, eles te mandam de volta pro Brasil no mesmo avião e sua entrada é proibida por três meses… praticamente uma deportação, kkk.
E foi isso, nem cheguei a embarcar. O mais bizarro é que, no segundo em que o voo tinha sido autorizado pra decolar, recebi o email da Letícia perguntando se eu havia perdido o Certificado. Por incrível que pareça, fiquei aliviada porque ali eu entendi que não era pra eu estar naquele voo – confio que fui protegida de alguma situação pior que poderia ter acontecido ou que fui redirecionada pra algo melhor. Como um amigo disse: um dia de atraso no roteiro muda TODA a viagem – as pessoas que você conhece, as conversas que tem, as situações que vive, tudo.
Então voltei pra casa. O voo de São Paulo pra Johannesburgo da Latam acontece uma vez por dia, no mesmo horário. A minha sorte foi que encontrei dois anjos antes mesmo de ter embarcado – a Lidiane, supervisora do time da Latam que conseguiu um lugar sem custo no voo do dia seguinte (mas, em teoria, é preciso comprar outro quando você perde – é que eu chorei tanto que deve ter dado dó kkk), e a Letícia, que encontrou o Certificado no chão e desmarcou compromisso pra me levar no aeroporto no dia seguinte.
E aí eu fui. Quando cheguei no embarque, os mesmos funcionários estavam no balcão e comemoraram. Também pegaram o grampeador e prenderam a carteira da vacina na última página do passaporte, hahaha. Não se enganem, essa é a moral da história!
Por causa desse perrengão, criei um guia sobre o Certificado Internacional de Vacina da Febre Amarela, também conhecida como Certificado Internacional de Vacina e Profilaxia (CIVP). Dá uma olhada caso você esteja pensando em viajar pro exterior!
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