- Brasileiros não precisam de visto, mas o país exige a apresentação da Carteira Internacional da vacina da febre amarela. Eu mesma me ferrei por acidente e não embarquei no avião na minha primeira tentativa.
- Tem MUITA coisa pra fazer no país, desde trilhas e praias a vinícolas e museus. Viajar sem roteiro é bom, mas pra quem tem tempo limitado eu recomendo fortemente que se planeje. Da mesma forma, indico separar pelo menos um dia pra curtir a cidade no ócio – tem gente de muitos outros países da África e só de conversar com uma das mulheres que vendem na rua, você pode descobrir um outro olhar sobre a cidade.
- Algumas coisas precisam ser feitas de carro, como a daytrip pro Cabo da Boa Esperança + Cape Point + praia de Muizenberg + Boulder’s Beach, onde tem os pinguins, e Stellenbosch, a vinícola principal (leia-se: mais turística).
- Garden Route: dá pra ir de carro e de ônibus. A primeira opção fica mais em conta se dividir o carro com outras pessoas e aí você pode fazer no seu tempo. É um esquema comum alugar por um dia só e, pra encontrar mais gente, você pode deixar um aviso na recepção da acomodação ou, se tiver essa opção, lançar no grupo de whatsapp do hostel. Pra segunda opção tem o BazBus, que faz um esquema porta a porta nos hostels e hotéis. Você paga um valor fixo pelo pass, que pode ser de 7, 14 ou 21 dias e, dentro desse tempo, você pega o ônibus quantas vezes quiser até a próxima parada, desde que seja sempre o mesmo sentido.
- Ainda sobre locomoção: o MyCiTi Bus card é tipo um bilhete único – você compra um cartão por 35 rands e depois carrega. O sistema é um pouco diferente, porque não é um valor fixo por passagem. Tem que bater o cartão na entrada da estação e depois bater de novo quando sai do ônibus – ele vai descontar pontos de acordo com a distância que você percorreu. É barato e tem poucas linhas de ônibus, o que significa que é fácil andar pela cidade. O app também é mara: você coloca o endereço onde precisa ir e ele te dá o caminho dos busões.
- A tomada é única, diga-se de passagem.
- Cape Town é uma das capitais (o país tem três) e é também a principal cidade pra turismo. Já recebeu uma Copa do Mundo e tem uma infraestrutura toda voltada pro estrangeiro. Mas ei, vale muito a pena estudar um pouco da história do lugar antes para entender a sua dinâmica.
- Foi considerado como o país mais violento para mulheres viajantes, segundo o Women’s Danger Index 2019, ranking elaborado pelo casal de jornalistas Lyric e Asher Fergusson e cujo recorte foca nos 50 países que mais recebem turistas no mundo. E veja bem… o segundo colocado foi o Brasil. No entanto, segundo o Women Peace and Security Index 2019/20, estudo resultado da parceria entre The Georgetown Institute for Women, Peace and Security e o Peace Research Institute Oslo (PRIO) com apoio da The National Geographic, nenhum aparece entre os top 10 piores. Dos 167 países rankeados do melhor para o pior considerando a inclusão social, o acesso à justiça e a segurança como fatores, a África do Sul posiciona-se na 66ª posição e, o Brasil, na 98ª. Os últimos lugares ficam ocupados majoritariamente por outros países africanos, como Sudão do Sul, República Democrática do Congo, Chade e Mali, e países do Oriente Médio (Iêmen, Afeganistão, Síria e Paquistão compõem respectivamente os quatro piores). Apesar de não ser focado em mulheres turistas, é importante levar em conta que o segundo ranking diz muito sobre o olhar cultural e social sobre as mulheres de cada país.
Isso quer dizer que a África do Sul é terminantemente proibida para mulheres que querem viajar solas? Não. Eu fui e o máximo que aconteceu comigo foram cantadas – inclusive vindas de homens em posição de algum poder, como um policial da imigração no aeroporto. Mas isso também não quer dizer que é totalmente seguro e é preciso, sim, tomar os cuidados de sempre: evitar andar sozinha à noite ou em lugares com pouco movimento, dar preferência ao uber em vez de pegar táxis na rua, não aceitar bebidas nem perder o copo de vista (na verdade, se puder evitar qualquer situação que altere sua consciência, melhor).
E nada disso quer dizer que o país não tenha seus encantos. Se quiser saber mais, vem dar uma olhada nos #achados que fiz na Cidade do Cabo durante as três semanas que fiquei por lá.
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