O manifesto da calcinhada na praia

Esses dias uma mapezada me fez pensar pela primeira vez numa questão que, a princípio, pode parecer pequena – mas tá lá. Saí correndo pra praia e nem me liguei que tinha colocado só a parte de cima do biquíni. Baixei o shorts pra entrar na água, PEI: tava de calcinha.

Quando me peguei no dilema entre voltar pra trocar ou ficar, percebi como é um tabu besta e como é algo totalmente mental. Quem nunca viu uma mulher de calcinha? E que raios, quem nunca viu uma mulher de biquíni? A calcinha é igual e, dependendo do nível de transparência depois do mergulho, pode dar na mesma. É a nossa cabeça que emperra no conceito e, como algumas manas que conversei bem pontuaram, o que pega também é a liberdade que os outros acham que podem ter – o que em si é uma 💩. Mas assim como qualquer peça de roupa não pode ser mais importante do que o direito de ir e vir de uma pessoa, não podia deixar que essa ideia de que as mulheres têm que ser recatadas e calcinha só no lar me impedisse de entrar no mar se era isso que eu tenho na mão.

Peças de roupa interferindo no direito de ir e vir: até quando?

Uma coisa pequena que ainda precisamos desconstruir e que acredito também fazer parte do mesmo universo dos pelos, estrias, celulites e afins – por que é que temos que esconder e nos limitar tanto? Machuca quem? Chega, né. Resumo da história: Teve calcinhada na praia, sim, e foi um manifesto. De pouquinho em pouquinho a gente se liberta.

Pras manas que chegaram até aqui: vocês já tinham passado por isso ou pensado a respeito? O quanto te incomodaria baixar o shorts se estivesse no meu lugar?

Marina Pedroso

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