O que aconteceu na sua vida no passado não é a causa pra você ter chegado até aqui – foi sim o sentido que você deu aos fatos, que por sua vez formou suas crenças e sua visão de mundo hoje.
É que o Ego detesta sair da zona de conforto enquanto o Cérebro foge do imprevisível. Essa dupla, quando junta, dá ruim: dão uma piscadinha um pro outro e, na lábia, te convencem que um ambiente controlado é mais seguro. Trabalham pra que moldemos os fatos de forma que se encaixem na história que queremos nos contar… aquela que já conhecemos o resultado porque nos aconteceu lá atrás. Queremos um script que já sabemos onde vai dar, mesmo que nos doa. Agora, se reagimos sempre da mesma maneira pra ter resultados previsíveis, de tanto repetir um comportamento ele vai entrando no script também… e então viramos vítimas: “por que isso sempre acontece comigo?” Vai saber…
Então e se eu te falasse que o que aconteceu na sua vida até aqui não precisa te influenciar tanto assim? E se, por um segundo, seu passado não determinasse quem você é e pra onde você vai? Me faz pensar na imagem do elefante preso por uma cordinha. Mesmo tendo toda a força pra se livrar, não o faz. Por quê? Vai saber…
Entenda, não digo para banalizar a dor de ninguém – há traumas que transcendem vidas. Mas percebo que a cura começa quando reconhecemos o que nos aconteceu e a dor que nos causou… E a cura continua quando escolhemos não assistir àquele filme de novo – o script não era péssimo?
Foi tomando essa decisão que escrevi uma página diferente de todas as outras no meu diário de viagem de hoje. E ela começa assim:
“Em vez de ser fiel ao teu passado, seja à tua liberdade. Está na hora de arrebentar essa corda…”
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