Exatamente um ano atrás, no dia 9 de dezembro, uma garota cruzava o portão de embarque de Guarulhos pra começar a maior aventura de todas: viver o sonho de dar uma volta ao mundo. Mal imaginava ela tudo que viria pela frente… E que sua chegada no Egito significaria tanto.
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Lembro de uma aula de literatura no colegial em que a professora lançava a seguinte pergunta: se tudo é átomo, de que material são feitos os sonhos? Na época eu não soube responder, mas hoje, sim. São feitos de coragem, de fé, de vontade de viver.
Desses 365 dias, muitos foram escuros e outros tantos luz. Mergulhei em lagos, mares e cavernas. Mudei mundos que encontrei no caminho e deixei o meu ser transformado também. Conquistei a maior montanha de um continente, dormi cercada de búfalos selvagens, encontrei anjos e demônios – muitos do lado de dentro. Perdi meu norte várias vezes só pra entender que nunca se tratou de um lugar: a estrela-guia sempre fui eu mesma.
Acolhi um leão por dia… até dar de cara com a própria leoa no espelho.
Venci. Todos os dias.
E hoje, um ano depois de partir do Brasil, também completo minha travessia pela África – da África do Sul passei por Moçambique, Tanzânia, Quênia, Etiópia e, agora, cheguei ao Egito. Teve um gap de 7 meses no meio e não consegui ir pro Sudão, mas tudo bem – a jornada foi como tinha que ser. Agora, vejo deuses e símbolos por todos os lados nessa cidade louca, caótica e cheia de mistério que é Cairo… mas mais do que isso, vejo quão longe cheguei.
Nesse dia o Rio Nilo foi testemunha: a jornada dessa heroína segue firme. Não sei por quanto tempo nem pra onde exatamente, mas a essa altura eu já não sou mais a garota de antes – hoje me permito confiar no rio que me leva pra onde tenho que ir.
Como se diz aqui na minha nova casa… inshallah!
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